quinta-feira, 31 de março de 2011

Incansável




Eu queria ser o sol que te aquece toda manhã
A chuva que tanto queres nos dias de calor
A árvore que desejas como sombra
A água que almeja na palma da tua mão

O querer de tantas coisas me afoga...

Ser aquela flor que tanto admiras
Aquele pássaro que voa sem destino e que pousa na sacada de tua janela apenas para descansar de um dia longo e desgastante
Queria ser o horizonte que tu olhas sem cansar...
E desperto quando vejo que o querer se tornou impossível...

terça-feira, 29 de março de 2011

Saudade

De quem é esta saudade
que meus silêncios invade,
que de tão longe me vem?


De quem é esta saudade,
de quem?

Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
aqueles lábios-desejo...

E estes dedos engelhados,
e este olhar de vã procura,
e esta boca sem um beijo...

De quem é esta saudade
que sinto quando me vejo?

(in Velha poesia, 1965)


Gilka Machado

domingo, 6 de março de 2011



Menina mulher
Menina de cabelos longos, lisos que deixa muitas vezes se       espalhar com o vento,
 Mulata com sabor de canela,

Olhos com uma negritude infinita que sendo encarado com delicadeza pode-se encontrar respostas sem precisar se abrir a boca,
E que boca! Boca com lábios grossos, tom natural de uma doçura invejável,

Um sorriso que demonstra a felicidade viva, como uma criança que recebe uma bicicleta no seu 5º aniversário.
Corpo extenso contornado com pinceladas de sutileza, De uma sexualidade vista por todos.

Uma menininha com atitudes de mulher
Uma verdadeira leoa, com uma sensibilidade incrível,
Com uma experiência que mostra muitas vezes ter vivido séculos
Um caráter sincero que só de olhar muitos tem medo

Mulher na coragem de lutar, sem enxergar obstáculos ou espinhos que caem no seu caminho.

Mas que mulher!

Mulher que sofreu, mas que viveu, que quebrou a cara, mas que aprendeu
Simples mulher, que acredita no amor, e que ama com toda força
Mulher que sonha, sem esquecer da realidade

Mulher com poucos amigos, mas verdadeiros irmãos
Mulher que acredita que família ainda é tudo
Mulher que chora como um bebê que acorda com sede
Mulher que busca todos os dias encontrar serenidade, aquela serenidade que lhe traga paz e tranquilidade...

menina mulher inexplicavelmente linda.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011





Enquanto a noite cresce
você desce
um vestido de flores
e ja amanhece o dia
cadê o batom violeta?

...

Atrás de um batom,
Uma sinceridade...
A boca desperta um olhar triste
Espantada! Corre entre as lagrimas
Longe... A felicidade esconde no tom de violeta
“A tua espera...”

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

10/12 Onde tudo começou...


Hoje, mais um aniversário de namoro, olho pra trás e vejo anos de amor, ternura, companheirismo, lealdade, e sinto-me honrada por ter você, por viver você...
Como dizer em palavras aquilo que queria  dizer te olhando, encarando-me nesses olhos cor de mel, segurando tua mão quente nas minhas geladas, é difícil não ter o que dizer, mas acho que esses anos já  disseram por mim...
Você; cuidado, consolo, segurança, carinho...
Para sempre na minha vida.
Te amo


Meu corpo chove lágrimas
Derrama tristezas pelas ruas
Meus pés deleitam em espinhos
E, longe vejo o sol se pôr na palma da minha mão,
Trazendo em si o consolo que tanto preciso...


Somos artíficies do nosso proprio destino

O homem é um ser em constante evolução que tem na sua própria natureza o desejo de estar sempre em ascensão, seja moral, intelectual, sentimental ou material, sentimentos estes que o leva a incessante busca de novas conquistas. É do prazer das suas vitórias que nasce o sentimento de felicidade, emoção esta, que para o ser humano, seja talvez, o ponto máximo, o êxtase de tudo que se poderia alcançar como bem estar em uma vida aqui na terra.


Mas a felicidade é um sentimento íntimo e abstrato, onde cada um contempla da sua forma, seria muita pretensão querer explicar, criar regras ou manuais para atingi-la. No entanto, sabemos que a felicidade tem fonte na satisfação das realizações o que eleva a auto-estima produzindo bem estar e sensação de prazer pessoal.


Realizações e conquistas, no entanto, tem sido algo difícil, diante do mundo capitalista, onde quase tudo gira em torno da posse, onde cada um só vale o que tem. Assim o mundo se tornou cada vez mais competitivo, onde temos que dividir espaço ombro a ombro com pessoas dispostas ao vale tudo para conquistar lugar e fazer brilhar a sua estrela, nem que para isso tenha que passar por cima de tudo e de todos. O outro caminho seria capacitar-se, tornando-o competente e vencendo pela qualidade, pelo conhecimento e virtudes. Como preparar-se é preciso disciplina e coragem, a grande maioria esbarra no maior inimigo que é ele mesmo, na sua falta de fé e ânimo em vencer os obstáculos.


São poucos os que ainda acham o caminho pronto para trilhar nos dias de hoje. A grande maioria precisa buscar e desbravar seus horizontes. Diante das dificuldades, são muitos os que desistem antes mesmo de tentar. Daí nasce muitas frustrações, tanto por não ter arriscado e tido coragem de passar por cima de tudo e todos, como também em não dedicar-se a busca do aperfeiçoamento e conhecimento que o levaria a vitória.


Nasce a partir daí o sentimento de revolta, muitas das vezes contra o mundo, quando ele é o artífice do próprio destino. Há quem coloque a culpa na família, na falta de oportunidade, nos poderes constituídos, mas sabemos que Deus na sua bondade dá a todos iguais condições, pois se assim não fosse haveria injustiça, sentimento este irracional, pelo menos para os que têm fé no Criador na Sua bondade e justiça para com Seus filhos.


Reflitamos sobre a seguinte história: João e Mário


João é um importante empresário. Mora em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade.


Enquanto isso, em bairro mais pobre de outra capital, vive Mário.


Num belo dia, João deu um beijo em sua amada e fez em silêncio a sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida e suas realizações. Após tomar café com a esposa e os filhos se dirigiu a uma de suas empresas. Chegando lá, cumprimentou todos com um sorriso. Tinha ele inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, mas a primeira coisa que disse para sua secretária foi: "Calma, fazer uma coisa de cada vez, sem stress". Ao chegar a hora do almoço, ele foi para casa curtir a família. Como já era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar e depois foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação para vencer na vida.


Enquanto isso, em bairro mais pobre de outra capital, vive Mário. Como fazia em todas as sextas-feiras, Mário foi para o bar jogar sinuca e beber com amigos. Mário não tem filhos e está também sem uma companheira. Naquele dia, Mário bebeu mais algumas, jogou, bebeu, jogou e bebeu até o dono do bar pedir para ele ir embora. Sentado na calçada, Mário chorava pensando no que havia se tornado sua vida, quando alguém apareceu após levá-lo para casa e curando um pouco o porre, ele perguntou a Mário: - "Diga-me por favor, o que fez com que você chegasse até o fundo do poço desta maneira?" Mário então desabafou: - A minha família... Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego nenhum. Tínhamos uma vida miserável.


Enquanto isso, na outra capital, João terminava sua palestra para estudantes. Já estava se despedindo quando um aluno ergueu o braço e lhe fez a seguinte pergunta: - "Diga-me por favor, o que fez com que o senhor chegasse até onde está hoje, um grande empresário e um grande ser humano?" João emocionado, respondeu: - "A minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego nenhum. Tínhamos uma vida miserável. Quando minha mãe morreu, por falta de condições, eu saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, chamado Mário, que também saiu de casa no mesmo dia, mas foi para um rumo diferente, nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.


“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” Chico Xavier.


Edgardo Pessoa Filho - GAL